Seu nome de registro é Jason Newman. Com sua conversão
ao Islã – conforme as tradições da religião que orienta (se necessário) a troca
do nome original –, foi rebatizado de Ali Newman, porém, no meio
Hip-Hop, ficou conhecido popularmente como “Brother Ali”, autor do álbum Mourning in America and Dreaming in Color, um dos mais polêmicos trabalhos de sua
carreira...
Nascido em Madison, Wisconsin, Ali
passou a infância se deslocam de uma cidade para outra com sua família, estabelecendo-se
finalmente em Minneapolis, Minnesota, em 1992. Sua conversão ao Islamismo
se deu aos 15 anos de idade, onde passou a seguir os ensinamentos de Imam Warith Deen Mohammed (líder muçulmano afro-americano, teólogo, filósofo, revivalista
muçulmano e pensador
islâmico (1975-2008), que se desfez da original Nação
do Islã em
1976, transformando-a em um tradicional movimento
islâmico ortodoxo:
a Comunidade Mundial de Al-Islam no Ocidente, que mais tarde tornou-se a Sociedade
Americana de Muçulmanos).
Durante este tempo, Ali foi selecionado para participar de um grupo de
estudantes que passaram a visitar a Malásia para estudar maneiras que a
sociedade islâmica mais liberal poderia adotar para conviver pacificamente respeitando
as diferentes religiões do planeta.
Portador de um tipo raro de albinismo,
caracterizado em uma desordem genética por falta de pigmentos na pele, olhos e
cabelo, Ali também é parcialmente cego por conta de sua doença, fato que muitas
vezes se tornou objeto de suas críticas irônicas diante da mídia, onde abordava
sua condição em seus comentários e artigos de jornal. Mesmo sendo de família branca,
segundo o próprio rapper, sua infância
foi marcada pela
crueldade e exclusão dos colegas brancos, por conta de sua anormalidade física. Por isso, desde sua
minoridade, tornou-se natural para Ali estar entre os afro-americanos – comunidade
historicamente excluída em seu país – e lutar por condições mais dignas na sociedade.
Influenciado pelo Hip-Hop
dos anos 80, Brother Ali se tornou um rapper
ativista tendo como inspiração nomes importantes como KRS-One, Rakim e Peblic
Enemy – grupo com quem participou especialmente na faixa “Get Up Stand Up”, do álbum
Most of My Heroes Still Don't Appear on No
Stamp, lançado em 2012, que resultou também em um videoclipe.
Rites of Passage,
álbum de estreia de Brother Ali, lançado em 2000 pela Rhymesayers
Entertainment, selo que mantém relações diretas com a gravadora Warner Music, se tornou algo
experimental, aos moldes das mixtapes,
onde a própria faixa título ganhou destaque. Posteriormente,
Shadows on the Sun (2003),
Champion (EP –
2004), The Undisputed Truth (2007), The Truth Is Here (EP – 2009), Us (2009), The Bite Marked Heart (EP
– 2012) e finalmente Mourning in America
and Dreaming in Color (2012) compõem o forte curriculum
de Ali junto ao cenário underground
do Rap.
Ainda em Mourning in America and Dreaming in Color, a faixa título traz uma forte
crítica ao sistema norte-americano, responsável por manipular vidas de excluídos
de seu país para servirem a seus interesses inescrupulosos na indústria da
guerra...
“O terrorismo é a guerra dos pobres
Segure um espelho para que o script seja lançado
Porque quando é ao contrário, não é errado...?!
Guerra é o terrorismo dos ricos”
(trecho de Mourning in America and Dreaming
in Color)
Salam Alaikum! Paz e Respeito!
DJ “Zulu” TR.
Assista: