domingo, julho 07, 2013

Funky Santos – 1 Ano sem o Mestre...

Creditado entre nomes importantes como os de Big Boy, Ademir Lemos, Messiê Limá, Cidinho Cambalhota, Luizinho Disc Jockey Soul, Mr. Paulão Black Power e Dom Filó, ele realmente era o “Mister”: Oseas dos Santos ou simplesmente  “Mr. Funky Santos”, como era conhecido popularmente, completou na 2ª feira passada (1º de julho), seu primeiro aniversário de falecimento, após complicações pulmonares decorrentes de um câncer de estômago...

Mr. Funky Santos tinha 61 anos de idade e foi um dos primeiros DJs cariocas a defender a bandeira da black music nas pistas de dança do Rio de Janeiro.

Sua saga teve início no Catumbi, bairro situado na Região Central do Rio de Janeiro, fronteiriço ao Estácio – considerado o Berço do Samba carioca –, mais precisamente no Astória Futebol Clube: Funky Santos descia o Morro dos Macacos, localizado em Vila Isabel, na zona Norte carioca, e com alguns LPs de James Brown começou a escrever as primeiras linhas da história da Cultura Black Carioca...   Posteriormente, no Renascença Clube (espaço considerado um dos redutos de resistência do Samba, fundado na década de 50 pela elite negra rejeitada pelos clubes tradicionais, dando ao afro-carioca a sensação de adentrar em um local seu por excelência e pela porta principal), no bairro Andaraí, na zona Norte da cidade, durante os anos 70, colaboraria ativamente com a formação do Black Rio, movimento cultural que culminou no surgimento de outras representações nas principais capitais do país, dentre estas São Paulo, Brasília e Belo Horizonte e Porto Alegre. 

“Falar de Funky Santos é uma ousadia quando temos um espaço curto comparado a sua vasta e enriquecedora história, que é a própria ‘história dos bailes’, simultânea aos movimentos afro-culturais do mesmo período. Pois, Oseas dos Santos, foi um exemplo de Dee Jay, antenado com o progresso da música mecânica e o poder que os toca-discos têm de formar opinião: seja através do Movimento Funk Carioca; seja na Cultura Hip-hop; ou, seja com a Identidade Cultural Baile Charme – eu sito essas três passagens como um desenho de sua caminhada invejável, por que foram nesses mesmos ambientes que a construção de uma filosofia incontestável dita por Santos: que todo DJ buscasse a informação e a formação didática do que se propusesse a tocar nos eventos..., e com esse perfil autodidático das carrapetas, que Mister se projetou no mercado reconhecido  como um dos primeiros DJs do subúrbio carioca, desde os áureos tempos dos Bailes da Pesada, regido por outros notórios nomes: Big Boys, Ademir Lemos, Peixinho, Messiê Lima, e, simultaneamente, com a ascensão do Movimento Black Rio que crescia cada vez mais comandados por outros parceiros dos toca-discos: Don Filó, Mr. Paulão Black Power, Luizinho Disc Jockey,  Marcão Cash Box,  Rômulo Costa... Prefiro encurtar o texto com os olhos cheios de lágrimas, por que pouco se registrou com autenticidade do próprio depoimento daquele que era um ‘livro ambulante’ do conhecimento: Sr. Oseas dos Santos. Termino, eu!”
DJ Claysoul
                                             (Zulu Nation RJ/ DISCOTERJ/ Movimento SoulBalanço)

Grande popularizador do original funk dos anos 70, Funky Santos teve programas nas rádios Imprensa e Roquete Pinto. Outro fato notável na época eram as autopromoções nas capas de LPs coletâneas, onde as fotos de Mr. Funky Santos faziam parte do cartão de visitas, costume este que durou até os anos 80 com total adesão das equipes de som dos bailes de subúrbio na produção de seus vinis. Pode-se afirmar inclusive que Mr. Funky Santos fora o divisor de águas na transição do orgânico original funk para o requintado charme (r&b), sobre o qual surgiram precursores do movimento, como é o caso do DJ Corello.

“Mr. Funk Santos era o espírito da geração Black Rio. Sempre antenado foi o primeiro discotecário a fazer baile com repertório interpretado apenas por artistas negros. Fez carreira no clube Astória e seus discos traduziam bem o espírito Black dos anos 70/80. Militante e entusiasta dos novos bailes, Santos nos deixou e levou com ele um legado histórico, que não será preenchido por ninguém!”
DJ Sir Dema
(Clube do Soul)

Santos era um dos últimos remanescentes da Old School de discotecários (DJs) a difundir o original funk e o soul nos bailes de subúrbio do Rio, durante os anos 70, colaborando ativamente com a formação do Black Rio, movimento cultural que culminou no surgimento de outras representações nas principais capitais do país, dentre estas São Paulo, Brasília e Belo Horizonte e Porto Alegre.

“Não posso falar de Mr. Funky Santos, sem citar esse disco... Me lembro muito bem: o comprei na Coopervolks, aqui em São Bernardo do Campo. Nossa, faz tempo! Uns 30 anos já! Foi uma grande perda para o soul music do Brasil. Nosso saudoso Mr. Funky Santos se foi, mas deixou seu legado através dos 3 discos lançados. Valeu Mr., muito obrigado por tudo! O soul não pode parar!”

King Nino Brown
(Zulu Nation Brasil)

Viva Mr Funky Santos!

 A Zulu Nation Brasil assume o dever de manter sua memória sempre viva no Hip-Hop Brasil para as gerações atuais e futuras!

Paz e Respeito eternos!


DJ “Zulu” TR.