Para quem chegou a
imaginar ou comentar que os Racionais
não estavam mais políticos em suas músicas e discursos, desde o álbum “Raios-X
do Brasil” em 1993, tem de admitir agora que o grupo – coincidência ou não –
deu uma reviravolta radical a partir do documentário Marighella, de Isa Grinspum Ferraz, lançado em agosto de
2012...
Assumindo
em algumas músicas a personalidade do personagem das letras para traduzir um
sentimento maior sobre os fatos narrados do seu cotidiano na comunidade do
Capão Redondo, no extremo Sul da Zona Sul Paulistana, “Mano Brown”, líder do grupo, colecionou ao longo dos anos críticas
ferozes dos céticos de plantão, nada sensíveis à luta do Hip-Hop.
No
entanto, na Virada Cultural de hoje (19/05/2013), sobre o palco de nome mais que sugestivo para a ocasião - Julio Prestes -, Brown utilizou o palco e o
poder do microfone para refletir o Brasil de ontem e o Brasil de hoje, a fim de
que a periferia revisse alguns conceitos e posturas...
"Olha,
por mais que a gente veja milhares (de pessoas), não pode faltar ninguém na
volta. Andando pelo Centro ontem, eu vi muita covardia, gente se roubando, se
esfaqueando. O que eu vi ontem está longe de ser uma evolução. Para ser do Rap,
tem que ter caráter" (fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br), desabafa Mano
Brown em um trecho de seu discurso, decepcionado com a atitude de quem diz ser
da periferia, vítima do sistema e amante do Rap...
Paz e Respeito aos Racionais! Paz e Respeito aos Homens de
Boa Vontade da Periferia!
DJ
“Zulu” TR.